A Vale assinou um acordo com a Komatsu que visa desenvolver e testar, em parceria com a Cummins, nos próximos dois anos, caminhões fora de estrada movidos a uma mistura de etanol e diesel, como parte das iniciativas da mineradora para cumprir metas de redução de emissões nos próximos anos.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:VALE3) nesta quinta-feira (11).

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Com o negócio, a Vale deverá ser a primeira mineradora do mundo a operar com caminhões fora de estrada movidos a etanol no tanque, disseram executivos das companhias. O objetivo é que, após os testes, seja possível promover gradualmente a conversão dos veículos hoje movidos apenas a diesel.

“Temos um grande desafio aqui, que é a substituição do diesel nas nossas operações, tanto em minas quanto em ferrovias, e aí, no caso de minas, os caminhões fora de estrada são os (equipamentos) que mais emitem (CO2)”, disse a diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmila Nascimento, à Reuters.

Ao longo dos próximos dois anos, o projeto chamado de Programa Dual Fuel prevê o desenvolvimento, testes e implantação dos motores movidos a etanol e diesel, fabricados pela Cummins. Apenas após esse período, os novos motores passarão a ser operados nas minas.

Atualmente, a Vale consome cerca de 1 bilhão de litros de diesel por ano, sendo metade desse volume em mina e metade em ferrovia, segundo dados da companhia.

Os caminhões adaptados utilizarão até 70% de etanol na mistura e, com isso, a perspectiva é de uma redução nas emissões diretas de CO2 de até 70% em relação aos veículos movidos somente a diesel, disse Nascimento.

Conforme o programa, os caminhões deverão receber dois tanques, um para etanol e outro para diesel, e a mistura de ambos os combustíveis se dará dentro do caminhão, durante sua operação.

As emissões de diesel das operações de mina respondem atualmente por 15% das emissões diretas de CO2 da Vale, de acordo com Nascimento. Hoje, a companhia tem um total de cerca de 450 caminhões fora de estrada – com capacidade entre 75 e 400 toneladas – em operação no Brasil.

A opção pelo etanol se justifica por já ser um combustível adotado em larga escala no Brasil, com uma rede estabelecida de fornecimento, destacaram executivos.

O diretor de Engenharia de Mina e Usina da Vale, José Baltazar, explicou que a conversão dos caminhões poderá se dar no momento de parada de manutenção deles, o que ocorre cerca de três vezes ao longo de sua vida útil, de aproximadamente 100 mil horas trabalhadas, ou 20 anos.

O vice-presidente da Divisão de Equipamentos de Mineração da Komatsu, Ricardo Alexandre Santos, destacou que a aplicação da tecnologia na frota já existente da Vale, sem a necessidade de aquisição de novos caminhões, é uma medida que também contribui com a eficiência no processo de descarbonização.

“Você vai fazer um retrofit no motor, você vai fazer um ajuste no motor… você não precisa trocar o caminhão, quer dizer, é algo sustentável em todos os lugares”, destacou Santos.

A Vale não informou o investimento previsto com o projeto, mas ele fará parte dos aportes já anunciados de 4 bilhões e 6 bilhões de dólares para reduzir suas emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030. A empresa tem como objetivo zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

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